A crise de saúde pública causada por intoxicações com bebidas adulteradas ganhou um novo capítulo nesta quinta-feira (2). Enquanto o número de casos suspeitos chegou a 59 em todo o país, sendo 53 em São Paulo, o governo estadual e um influenciador que afirma ter sido integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC) divergiram sobre o envolvimento da facção criminosa.
Em coletiva no Palácio dos Bandeirantes, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) negou que o crime organizado esteja por trás da prática. “O problema da contaminação em bebidas alcoólicas é estrutural, não há evidência nenhuma de que haja participação do PCC”, declarou.
A fala foi contestada pelo influenciador Frank, que se apresenta como ex-integrante do grupo. Em transmissão ao vivo nas redes sociais, ele afirmou que o comércio de bebidas adulteradas tem “total envolvimento” com a facção.
“Dentro do estado de São Paulo não existe nenhum crime que aconteça sem o aval do PCC. Negar isso é fazer papel de comédia”, disse.
AÇÕES EMERGENCIAIS
Diante da escalada de casos, o governo paulista anunciou a criação de um gabinete de crise e determinou interdições cautelares em estabelecimentos onde houve registro de consumo das bebidas suspeitas.
Segundo balanço divulgado pela Secretaria de Segurança, apenas em setembro foram realizadas 43 mil fiscalizações, com a apreensão de 50 mil garrafas adulteradas e 15 milhões de selos falsificados.
O Ministério da Saúde também reforçou as medidas de contenção, ampliando o estoque de etanol farmacêutico, considerado antídoto eficaz contra intoxicações por metanol. A pasta anunciou ainda a compra emergencial de 5 mil tratamentos adicionais.
RISCOS A SAÚDE
O metanol é uma substância altamente tóxica. A ingestão pode causar cegueira irreversível e até levar à morte.
As autoridades alertam que, diante de sintomas como visão turva, náuseas, tontura ou dores abdominais após o consumo de bebidas alcoólicas, é fundamental procurar atendimento médico imediato.
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