A Polícia Civil do Espírito Santo investiga um caso que envolve suspeita de envenenamento e fraude financeira contra um médico de 90 anos que atua em uma clínica na Praia do Canto, em Vitória. Um casal foi preso temporariamente nesta terça-feira (2) apontado como responsável pelos crimes.
Segundo a investigação, a ex-secretária da clínica, Bruna Garcia Barbosa Marinho, e o marido, Alysson Marinho, são suspeitos de desviar cerca de R$ 700 mil e de administrar doses de arsênio ao idoso. A mulher trabalhou no local por cerca de 12 anos, ocupando funções de confiança, como o controle das finanças e a alimentação do médico.
Sintomas e descoberta
Entre 2023 e 2025, o médico apresentou sinais compatíveis com intoxicação crônica por arsênio — como diarreia, vômitos, anemia, inchaço nos membros e perda de peso —, sem imaginar que poderia estar sendo envenenado.
Em março de 2025, a esposa da vítima descobriu o desvio de aproximadamente R$ 600 mil realizado pela então secretária. Parte do dinheiro teria sido repassado para o marido e para a mãe dela. Diante da acusação, Bruna pediu demissão.
Meses depois, a esposa do médico encontrou frascos de arsênio no local onde a ex-secretária trabalhava. Peritos do Instituto Médico Legal (IML) de Vitória confirmaram a presença de óxido de arsênio no organismo do idoso, com maior concentração no período em que ela ainda atuava na clínica.
Prisão e decisão judicial
A prisão temporária do casal foi decretada pelo juiz Carlos Henrique Rios do Amaral Filho, titular da 1ª Vara Criminal de Vitória e responsável pelo Tribunal do Júri. Na decisão, o magistrado destacou a existência de indícios suficientes de autoria e a necessidade da medida para proteger provas e garantir a conclusão das investigações.
Além das prisões, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em dois endereços ligados ao casal em Vila Velha, incluindo a coleta de celulares e equipamentos eletrônicos.
Defesa contesta versão
O advogado do casal, James Gouveia Freias, afirmou que os fatos estariam sendo distorcidos e que ainda toma conhecimento detalhado do processo.
Em nota, a Polícia Civil informou que o caso segue sob investigação da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vitória e que outros detalhes não serão divulgados neste momento.
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